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Como preparar arquivos como um profissional


Em mais de uma década trabalhando no mundo gráfico sempre me deparei com um problema recorrente: arquivos preparados de forma errada. Arquivos mal preparados podem causar diversos problemas em diversas fases da produção: pré-impressão, impressão e acabamento.

Aqui vamos tratar de:

  1. Projeto gráfico.

  2. Arte-final.

  3. Fechamento de arquivo.

Arquivos mal finalizados estão espalhados por aí devido a profissionais de design gráfico e produção gráfica mal preparados ou orgulhosos demais para aprender com quem tem mais experiência.

Eu já fui jovem, já me considerei talentoso demais (mais do que era), e que sabia mais do que profissionais que na minha visão na época não tinham nenhuma chance de saber mais do que eu em diversos assuntos. Felizmente veio a experiência e a maturidade e com ela a humildade e o conhecimento, mas não sem muito murro em ponta de faca. Como eu não quero que você cometa os mesmos erros que eu cometi e corte caminho, segue dicas de atalho interessantes:

Ouça os profissionais de produção:

Converse com quem põe a mão na massa, pergunte o que causa dificuldades em seu trabalho, porque ocorre isso ou aquilo, o que causa esse ou outro problema ou erro… Entendeu né? Tenha a humildade de ouvir quem não projeta e deixe darem uns pitacos no teu trabalho.

Se tiver oportunidade, vá visitar e ver um pátio gráfico, ver como se imprime as peças gráficas e pedir para que te mostrem pequenas diferenças de registro de cor e de frente e verso, ver o acabamento e ver como há pequenas variações em processo de corte de guilhotina comparando a sangria nas aparas, deslocamentos no processo de dobra, quais processos são manuais (manuseio)… enfim, entender que por mais precisas que sejam as máquinas, que elas tem limitações, que por mais caprichoso que seja o profissional, um manuseio não fica exatamente igual ao outro.

Pare de lutar contra as limitações de produção com frases como: regule melhor a máquina, faça um controle de qualidade mais rigoroso…

Entenda que 1mm de sangria é pouco, que texto finíssimo sofre problema de registro, no negativo então, ai ai ai, com fundo 4 cores compostas, Uiii!!! Mais dessas dicas você encontrará no artigo.

É mais fácil corrigir o projeto (arquivo digital) do que fazer ajustes e acertos na produção:

Não tenha preguiça de arrumar, melhorar, de novo e de novo até o projeto da tua arte gráfica ficar bom. Qualquer acerto na produção ficará aquém ao imaginado pelo profissional de criação. Além do que, como já escrevi acima, as máquinas e os processos tem limitações.

Frases que gráficos ouvem de designers gráficos e diretores de arte despreparados:

– Regula tua máquina aí pra deixar o vermelho mais vivo? e depois: – ah, mas agora a foto ficou avermelhada, não dá pra avermelhar só o fundo?

– Corta um pouquinho mais e tá tudo certo.

– Vê se o pessoal não dá um jeitinho aí?

É possível fazer alguns ajustes na produção, mas é bem mais fácil fazer estas correções no projeto, no arquivo.

Na produção não tem Ctrl+Z.

Seu Kleber Zuccolotto

Se a produção ou a gráfica te devolver o arquivo, fique feliz ao invés de nervoso, você vai poder melhorar o arquivo, o trabalho vai ficar muito melhor, o cliente mais feliz, você vai aprender e o mundo se livrará de mais um impresso sofrível ou pior. Se não souber fazer o que tem que ser feito ou tiver qualquer dificuldade, peça ajuda ao pessoal de arte-final da gráfica, de repente ele não é um criativo brilhante, mas sem dúvida manipula arquivos e softwares tão bem ou melhor que você.

Vamos ao que interessa?

Projeto Gráfico

Não tenho a pretensão de te ensinar aqui como ser criativo ou a psicologia das cores, estamos tratando de produção gráfica e o que eu pretendo destacar são os principais pontos de um projeto bem concebido para impressão.

Antes de começar a botar as idéias na prancha do desktop pense e defina a concepção básica da peça gráfica: Tamanho, Posição dos acabamentos, Quantidade de páginas (se cabível).

Nunca monte as páginas de maneira oposta, configure a exibição do seu software desta forma e edite página a página.

Facilite a arte-final e já comece a criar em espaço de cor CMYK, isto vale para as imagens.

Eu sou MUITO a favor da utilização de linhas guias. Puxe guias para marcar a sangria (mínimo 2mm), a linha de corte, a borda de segurança e a posição dos acabamentos (dobra, serrilha, vinco). Isso ajuda tua orientação.

PS1: Criar peça gráfica em photoshop é um erro. Não conteste nos comentários abaixo. Exceto raríssimas exceções, raríssimas, é um erro, um erro. Tá na hora de conhecer e aprender outro software.

PS2: Cuidado com as paletas de cores pre-configuradas dos softwares, muitas das cores tem misturas mais complexas do que o necessário para composição da cor desejada. Usar menor mistura facilita ajustes, diminui ruídos, evita a famosa cor de burro quando foge inesperada no produto final. Ter uma paleta CMYK ajuda, mas não espere 100% de fidelidade da impressão com a tua paleta, pequenas variações ocorrem.

PS3: A não ser que vá imprimir em cor especial Pantone, não utilize cor Pantone no arquivo. Não, a conversão automática dos softwares não funcionam bem.

Arte-final

Tá tudo pronto ou quase pronto?

Se você não participou da criação do arquivo, e vai só finalizar o arquivo, sem dúvida deve observar todos os passos abaixo, se você é da criação pode facilitar ou eliminar o trabalho seguinte e conferir tudo isto durante e ao final do processo:

  1. Tamanho da prancha no tamanho final da peça.

  2. Resolução mínima de 300dpi. Procure manter o que é vetor em vetor.

  3. Objetos e imagens devem estar em CMYK.

  4. Sangria de 2mm (no mínimo), em revistas utilize 3 ou 4mm principalmente para as páginas que ficarão no meio.

  5. Margem de segurança de 4mm (no mínimo). Em revistas utilize margem maior, principalmente para as páginas que ficarão no meio.

  6. Gerenciar carga de tinta. Cuidado com carga acima de 250 pontos (soma das cores CMYK) para produções com tinta líquida, se possível diminua (acontece muito no preto das imagens), abaixar a carga evita borrar e acelera a secagem. Se a peça é frente e verso e o lado oposto é claro ou branco, redobre a atenção neste ponto.

  7. Calce com ciano grandes áreas em preto. Sugiro usar C-40 M-00 Y-00 K-100 para um preto mais escuro (bem fechado) ao invés de K-100.

Fechamento de Arquivo

É verdade que as gráficas preferem e as vezes até exigem arquivos “fechados” em PDF. Pelo simples motivo de não correr o risco de uma movimentação ou alteração acidental e para se livrar da responsabilidade.

Sinceramente, gráfica com o mínimo de qualidade verifica pelo menos os 7 itens acima antes de imprimir.

E deixa eu te contar um segredo? A gente tem um software, que isso fique entre nós, que torna possível a manipulação do PDF. A gente pode converter cor, posicionar objetos, incluir marcas, imposicionar, tudo direto no PDF. E você sabe que dá pra importar nos softwares né?

Assim pára de querer proteger seus arquivos fechando em PDF a não ser que REALMENTE saiba o que está fazendo. A gráfica não tem interesse nenhum em alterar teu arquivo. E copiar, pára né? Profissional mais ou menos copiam até com base no impresso e a gráfica que se preze irá proteger seu cliente e não “roubar” seu arquivo e aplicar para outro cliente.

Se você não sabe bem como fechar arquivo em PDF, deve ler o artigo que postarei em breve, mas até aprender, envie o arquivo no formato de edição, só tome cuidado de converter os textos em curvas ou outline. Para garantir o bom andamento da produção pode pedir pra gráfica te mandar o PDF fechado que vai pra produção e conferir tudo.

Se vai fechar em PDF, dê preferência ao PDF X-1A.

PS: Nunca proteja o PDF com senha para enviar para produção, a não ser que vá montar a formação da chapa, pois a gráfica vai imposicionar (distribuir várias peças numa folha grande).

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